Como citar: 

PERFEITO, Rodrigo Silva.  O efeito rebote-negativo da economia mal pensada no estúdio de Pilates. Revista Empresário Fitness & Health. Ano XIII, n. 84, Ed. Nov/Dez 2019. 




O efeito rebote-negativo da economia mal pensada no estúdio de Pilates

Antes de iniciarmos a discussão do tema, é importante caracterizar o que estamos considerando como economia mal pensada em seu negócio.

Uma economia mal pensada nesse caso, é aquela em que, além de não ser planejada, traz reflexos diretos na utilização dos serviços por parte do cliente, criando um efeito no qual o usuário perde todo o carinho pelo espaço, culminando em descontentamento e até a destruição do seu estúdio. Sim, estou me referindo à destruição física.

Vamos entender melhor esse efeito com dois exemplos reais que aconteceram em uma academia, mas que pode acontecer facilmente em seu estúdio de Pilates.

A economia do ar condicionado

Em uma das academias que frequento, existem 4 ar condicionados, sendo que há alguns meses, apenas 2 ficam ligados, e detalhe, em uma época em que o Rio de Janeiro fica extremamente quente. Agora imaginem um espaço de exercícios onde a dissipação de calor é ainda maior. Já é possível imaginar os reflexos dessa atitude.

Mas vamos lá. Qual o resultado dessa economia mal planejada? Vamos refletir. É claro que o dono da academia está economizando um valor importante a cada mês com menos 2 aparelhos em funcionamento, isso é um fato. Mas será que vale a pena? Além de deixar o ambiente insalubre, já está ocorrendo o efeito rebote-negativo por parte dos alunos, que falam mal da academia e de seu funcionamento e acabam estragando outros materiais como uma maneira de punir o empreendedor “pão duro”. Um exemplo bem claro e real disto, foi o aluno gastar de uma só vez um recipiente de álcool que estava pela metade. Quando brinquei com ele pelo fato ocorrido, o mesmo respondeu com toda convicção: “pois é, tem que gastar mesmo. Nesse calor, todo mundo suando demais, eu é que não vou pegar uma micose nessa academia”.

Ah mas é só um álcool, se ele gastar 10 garrafas, ainda sai mais barato que ligar o ar condicionado. Poderíamos pensar assim, não é mesmo? Mas e o papel higiênico que os alunos estão pegando para se secar como se fosse uma toalha? Agora imagina a cena: alguém com um rolo de papel higiênico do lado do aparelho para conseguir se secar por causa do calor. Essa academia, nesse momento, é tudo, menos uma empresa de respeito. E tudo isso está acontecendo, porque o cliente está tão descrente da credibilidade da empresa, que adota atitudes insanas para punir o empreendedor. Essa pessoa poderia levar uma toalha de casa, mas o que ela deseja mesmo é ser contestada quanto ao álcool ou quanto ao papel (pessoas diferentes) para rebater com a origem do problema, que é o desligamento do ar condicionado.

Em minha opinião esse negócio já está falido, só esqueceram de avisar o dono. Mas porque eu treino nela se possui defeitos? A resposta é simples. Eu não preciso errar pra aprender com meus erros. É possível estudar os erros de outras pessoas. Olha quanto conhecimento do que não fazer com minha empresa esse falso empreendedor me traz. Eu agradeço e muito. Mas calma, ainda não acabou.

A economia com aparelhos de baixa qualidade

Foram comprados aparelhos de baixa qualidade, e olha ai de novo a economia mal pensada aparecendo. E não foram só os aparelhos que deixaram a desejar. O fabricante, diga-se de passagem, que não entende nada de exercício, criou anilhas com o furo extremamente pequeno, o que faz as anilhas mais pesadas, como as de 20kg, agarrarem nas barras livres ou barras dos aparelhos, de um modo que o aluno quase tomba o aparelho pelo atrito, ou pior, destrói sua coluna na tentativa do acoplamento da barra ou aparelho com a anilha. E qual o efeito rebote? É cada pancada no aparelho porque a anilha agarra... Já me deparei com o seguinte discurso após o professor pedir para que o aluno encaixasse a anilha com mais cuidado no aparelho, pois iria danificá-lo: “você já tentou encaixar a anilha no aparelho? Se já tivesse, iria saber que isso aqui é um lixo. Eu é que não vou me machucar. Que quebre o aparelho, o importante sou eu não me machucar”. O cliente pode até está errado quanto à sua conduta, mas na cabeça do mesmo, quem errou primeiro foi o empreendedor comprando produtos que não funcionam bem. Mais uma vez o efeito rebote-negativo trazendo um teor de vingança e manchando a imagem do negócio.

E como esse fator pode afetar seu estúdio de Pilates? Do mesmo modo que atinge a academia, atinge seu estúdio. Pode ser por falta de algum material, como uma mola mais leve ou pesada no Cadillac, pode ser por uma faixa elástica de baixa qualidade em que o seu aluno pressiona as unhas de propósito para arrebentá-la, pode ser por um papel higiênico de baixa qualidade, em que ele usa um rolo inteiro para forrar o vaso sanitário. E por ai vai... poderia citar diversos exemplos.

Portanto, empreendedor, devemos pensar muito bem em quais setores devemos economizar para não sermos afetados pelo efeito rebote-negativo que causa uma certa sensação ou necessidade de vingança pelo seu cliente. Acho que nem preciso falar que seus danos não serão só físicos, mas principalmente, diante da imagem do seu negócio. E não, isso não acontece somente no Brasil por uma questão educacional ou cultural, acredite em mim.

Portanto, tente entender melhor o perfil do seu cliente, que está cada vez mais exigente e que irá lhe cobrar na qualidade e fartura de seus equipamentos a equidade da mensalidade cobrada. Controle seu capital de giro, faça reservas para os momentos de instabilidade financeira, para que assim, possa evitar as economias que só dão a mostrar que sua empresa é frágil física e financeiramente.

Tem uma estória parecida? Manda para mim: rodrigosper@yahoo.com.br. Vai ser um prazer escutar e aprender um pouco mais com seus relatos. No mais, desejo bons planejamentos e bons negócios.


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