Como citar: 

PERFEITO, Rodrigo Silva. Pensamentos sobre as indicações e contra indicações no método Pilates. Revista Negócio & Fitness.  São Paulo, v. 24, Maio de 2012. pp. 06-08.


Pensamentos sobre as indicações e contra indicações no método Pilates. 


        Atualmente, existe uma exarcebação quantitativa de informações se sobressaindo às qualitativas. No método Pilates não é diferente. Muito se escreve, se fala e pouco se indaga sobre a veracidade ou importância social diante das palavras. Entendendo dessa maneira, iremos refletir sobre um assunto que para alguns instrutores parece claro e imaleável: as indicações e contra indicações do método Pilates.
      A primeira pergunta que devemos responder é: o que é indicação e contra indicação? De um modo geral, indicação é aquilo sugerido para suprir uma carência, independente de seu objetivo, que pode ser físico, patológico, emocional, entre outros. Já contra indicações, são condições ou situações, atreladas ao ato de realizar algo, que podem impedir ou prejudicar o indivíduo, ou ainda, afetar sua saúde física, emocional ou psicológica. Assim, indicação é algo que trará retornos positivos e contra indicação é algo que ocasionará atribuições negativas e deve ser evitado. 
      Diante da conceituação presente, mesmo consciente de que a mesma é mutável, como qualquer outra, será aglomerado a seguir um conjunto de informações encontradas em alguns artigos científicos do tema. Segundo esses estudos, o método Pilates é indicado para: doenças cardíacas e acidentes vasculares, osteoporose leve, diabetes, sobrepeso, depressão, problemas de memória, artrite e artrose, para idosos, menopausa, estética, quadro álgico em coluna vertebral, atletas, gestantes, pessoas resistentes a frequentar academias, lesões por esforço repetitivo (LER), entre muitas outras. E contra indicado para: hipertensão arterial descontrolada, indivíduos hipoglicêmicos, hérnia de disco, osteoporose grave, lesões em membros superiores ou inferiores com quadro álgico intenso, problemas cardíacos graves, transtornos respiratórios graves, condromalácia, entre muitos outros.
     A segunda pergunta que devemos nos responder é: será que todas as indicações e contra indicações são as mesmas para cada pessoa, mesmo detendo patologias iguais? Será que uma determinada lesão e/ou patologia é suficiente para encerrar as possibilidades do método Pilates? Em outras palavras, como é possível afirmar que, por exemplo, a hipertensão arterial sistêmica severa é um fator impossibilitante de qualquer método de exercício, quando na verdade, é apenas uma característica inerente aquele indivíduo que moldará os exercícios para probabilidades fisiológicas às respostas de seu organismo diante dos estímulos da atividade. Será que é uma característica que negativa o método ou um sinal pertencente aquele aluno que tornará seus exercícios específicos e controlados para suas necessidades?
     Assim, é sugestivo pensar que não são os professores ou instrutores que irão prescrever os exercícios, mas sim, as necessidades e objetivos de cada aluno. Após as avaliações cabíveis, como: anamnese, avaliação funcional, morfológica, antropométrica, entre outras; o professor irá identificar as necessidades do praticante e fundamentá-las com exercícios que navegarão de encontro a suprir suas carências físicas, psicológicas e emocionais. Portanto, se meu aluno possui uma lesão tendinosa em ambos os membros superiores repercutindo na situação onde o movimento articular em dada região irá prejudicar o tratamento da desconformidade, não diremos que o método Pilates é contra indicado. Relataremos sim, que esse aluno não tem indicação para aquele determinado exercício, pois terá indicação para muitos outros, como por exemplo, o alongamento de ísquios tibiais que possivelmente estarão encurtados. Diante dessa reflexão, devemos entender que se fossemos conjeturar sobre a temática, que é deveras complexa, relataríamos que não existe contra indicação ou indicação no método Pilates ou em qualquer outra atividade física, vide que nenhuma atividade sistematizada e orientada por um profissional habilitado é totalmente indicado ou contra indicado. 
      Em conclusão, o pensamento central da discussão aqui traçada, é o de elucidar e instituir ideias que nos farão refletir o quão complexa é a tarefa de se prescrever os exercícios corretos para cada aluno. As individualidades biológicas são tão complexas e diferenciadas de um sujeito para o outro, que nos trazem intervenções práticas que devem estar extremamente embasadas no conhecimento teórico, pois sem entender as repercussões dos exercícios em presença das adaptações biológicas, nunca entenderemos que o que hoje é contra indicado, amanhã pode não ser mais. Assim, como professores e instrutores conhecedores e conscientes sobre o método Pilates, a primeira ação a ser tomada para dialogar com os conflitos do tema contra indicado e indicado, é realizar uma avaliação detalhada de seu aluno. Já que a função da avaliação é a de identificar quais os exercícios que trarão maior rendimento diante do objetivo e quais devem ser evitados temporariamente ou realizados de forma mais cautelosa.
       Leia esse artigo de forma crítica e reflexiva, porém, de mente aberta. Junte-se a mim e pense nisso! 


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